Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan alertou hoje para o risco de uma nova catástrofe nuclear que poderá resultar da invasão russa da Ucrânia, depois da que ocorreu na central de Chernobil em 1986.
“Não queremos uma nova Chernobil”, disse Erdogan ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e do secretário-geral da ONU, António Guterres, em Liv, oeste da Ucrânia.
Zelensky se reuniu separadamente com Guterres e com Erdogan, antes de um encontro trilateral para discutir a guerra na Ucrânia, iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro deste ano.
Trata-se do primeiro encontro entre Erdogan e Zelensky e da primeira deslocação do líder turco à Ucrânia desde o início da guerra.
“Ao continuarmos os nossos esforços para uma solução, temos estado e continuamos a estar do lado dos nossos amigos ucranianos”, disse Erdogan, que desde início do conflito tem procurado manter uma posição de mediação entre Moscovo e Kiev.
A situação na central nuclear de Zaporijia (sudeste) tem causado preocupação generalizada, com ucranianos e russos a acusarem-se mutuamente de ataques contra o complexo, o maior do género na Europa, que pode causar um desastre nuclear.
Em 1986, quando ocorreu o acidente na central nuclear de Chernobil, considerado o mais grave de sempre, a Ucrânia integrava a antiga União Soviética.
A Ucrânia tem quatro centrais nucleares em funcionamento, com um total de 15 reatores, seis dos quais na de Zaporijia.
Erdogan disse que avaliou com Zelensky e Guterres “possibilidades de transformar em uma paz permanente a atmosfera positiva criada pelo consenso de Istambul”.
Os três líderes concordaram que a comunidade internacional deve “assumir mais responsabilidades” no processo diplomático.
“Pessoalmente, mantenho a minha convicção de que a guerra acabará por terminar à mesa das negociações”, afirmou Erdogan, referindo que Zelensky e Guterres “estão de acordo sobre este ponto”.
Erdogan considerou ser necessário “identificar o caminho mais curto e mais justo para a mesa de negociações”, e reafirmou a oferta da Turquia para relançar as negociações entre a Ucrânia e a Rússia.
“Estamos prontos a desempenhar novamente o papel de facilitador ou mediador para fornecer todo o tipo de apoio para este objetivo”, disse.
Na reunião, os três líderes também falaram sobre a troca de prisioneiros de guerra entre as duas partes em conflito, disse ainda Erdogan, sem pormenorizar.
Após quase seis meses de guerra, desconhece-se o número de baixas civis e militares, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm alertado que será elevado.
A guerra provocou também 12 milhões de refugiados e de deslocados internos.
A União Europeia e países como os Estados Unidos, o Reino Unido ou o Japão têm decretado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos e fornecido armas à Ucrânia.
fonte: https://is.gd/pDeKHG
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