sexta-feira, 16 de setembro de 2022

China cria novo míssil que funciona no ar e debaixo de água


Investigadores chineses estão a desenvolver um míssil que usa boro como combustível, pode voar pelo ar, atuar debaixo de água como um torpedo e ainda é capaz de atingir velocidades de 3000 km/h

O boro é um elemento químico leve e bastante reativo, reage bem na água e no ar, libertando grande volume de energia. No passado, experiências foram abandonadas devido à dificuldade de controlar o boro depois da ignição e de manusear a camada de detritos que se forma e que pode ter impacto no desempenho do projétil. Agora, investigadores chineses retomaram a ideia e estão a desenvolver um míssil supersónico que voa e nada, usando este mineral como combustível. O objetivo é criar um míssil rápido e de longo alcance, com a experiência a passar por usar combustível sólido que contém nanopartículas de boro.

A equipa da Universidade Nacional de Tecnologia de Defesa, em Changsha, província de Hunan, já publicou os planos e desenhos técnicos para este projeto na publicação Solid Rocket Technology e descreve um míssil que mede cinco metros, atinge uma velocidade de Mach 2,5 (o equivalente a 3000 km/h) a 10 mil metros de altura. Depois de viajar por 200 quilómetros, mergulha e consegue cruzar as águas até 20 quilómetros. Quando estiver a 10 quilómetros de distância do alvo, o míssil entra em modo torpedo e atinge 200 nós de velocidade, ou 100 metros por segundo, criando uma bolha de ar gigante na água que reduz a resistência e lhe permite não abrandar. A arma foi desenhada para conseguir desviar-se de defesas subaquáticas, conseguindo mudar a trajetória ou mergulhar até 100 metros de profundidade, diz a publicação Interesting Engineering.

Os investigadores duplicaram a percentagem de concentração de boro usado habitualmente, para conseguir um maior impulso debaixo de água e tiveram de ajustar o desenho e sistemas para poder mover-se nesse ambiente. Agora, pretendem melhorar o processo de produção e fazer ainda modificações nas partículas do boro para poder testar o sistema.

A China importa metade do boro que consome, a maior parte dos EUA, mas o clima político-económico tenso atualmente, teremos de aguardar para perceber se estes planos vão avançar no sentido de se criar efetivamente esta arma.


fonte: https://is.gd/UxK1lz

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