sexta-feira, 18 de novembro de 2022

O grande apagão que assusta a Europa: realidade ou alarmismo?


Há algum tempo, fala-se, insistentemente, na Europa, de um «grande apagão» que afetará o fornecimento de energia elétrica


Um futuro sombrio

Há algum tempo, fala-se, insistentemente, na Europa, de um «grande apagão» que afetará o fornecimento de energia elétrica e obrigará a população a enfrentar uma situação de emergência.

Há países onde as vendas de kits de sobrevivência, cilindros de butano e geradores, por exemplo, dispararam. Mas de onde vem esse alarme? E o mais importante: é uma possibilidade real?


Tudo começou na Áustria


Foi uma campanha institucional na Áustria que causou um efeito dominó de medo no Velho Continente. O governo do país chegou a divulgar inclusive o ano em que o colapso energético acontecerá: 2025.

«A questão não é se haverá um grande apagão, mas quando». As palavras da ministra de Defesa austríaca, Klaudia Tanner, causaram preocupação. De acordo com o jornal Die Presse, ela confirmou que há «100% de probabilidade» de uma quebra no fornecimento de energia elétrica.


    China pede que seus cidadãos estoquem


Na mesma época deste alerta da Áustria, o governo chinês pediu aos seus cidadãos que estocassem alimentos e outros produtos essenciais para o inverno.

Na verdade, vários meios de comunicação informaram, já em setembro de 2021, que a China estava passando por apagões recorrentes devido ao aumento do preço do carvão e às restrições das autoridades para cumprir as metas ambientais. Reduzir os níveis de poluição está tendo efeitos indesejáveis.

As autoridades chinesas foram rápidas em pedir à população que se acalmasse. Explicaram que fazer reserva em casa é uma mera precaução, devido à possibilidade de falta de fornecimento de energia elétrica ou possível eclosão de uma pandemia.

Existem novamente casos de covid-19 em várias partes da China e o confinamento é cogitado pelo governo.


O caso da Europa

O fato é que a paranoia disparou. Embora os especialistas admitam que um grande apagão pode realmente acontecer, isso talvez não aconteceria com a mesma proporção em todos os países.


    Gás da Rússia


A Rússia fornece um terço do gás usado na União Europeia. No caso da Alemanha e da Áustria, essa dependência é ainda maior. Se o país de Putin deixasse de exportar o produto, a Europa estremeceria.

Entretanto, não há razões de peso que levem a acreditar que a Rússia crie problemas de abastecimento com a Europa. O país acaba de construir o gasoduto Nord Stream 2, que tem o objetivo de dobrar as exportações de gás através do Mar Báltico, no lugar de passar pela Ucrânia.


EUA e Estados Unidos apoiam gasoduto

Após uma rejeição inicial, os Estados Unidos e a Alemanha fizeram um acordo para apoiar a Ucrânia e outras regiões que poderão perder receita devido a que deixariam de ser rota de gás.

Ambos países - EUA e Alemanha - também prometem sancionar a Rússia caso esta nação use suprimentos de gás para obter influência geopolítica nos países do leste europeu.


Escassez e preços exorbitantes das matérias-primas

O clima geral de desconfiança também está relacionado com os problemas de abastecimento em muitas partes do mundo e com a alta dos preços das matérias-primas


   Depois da pandemia, tudo é possível


Além disso, há um fator psicológico: a pandemia que experimentamos foi, antes de ocorrer, uma distopia típica de séries de televisão ou filmes apocalípticos. Mas virou realidade e agora nada parece impossível. Quem poderia imaginar que as ruas das principais cidades do mundo estariam tão vazias como as vimos?


Blackouts de ontem e hoje

A possibilidade de apagão ganha as manchetes de muitos meios de comunicação europeus, mas talvez nem todos se lembrem de que já houve grandes apagões na história recente.

    The Great New York Blackout


Um dos apagões mais emblemáticos da história (com suas correspondentes lendas urbanas) foi o ocorrido em 13 de julho de 1977. Afetou uma importante área dos Estados Unidos e até do Canadá.

Mas para a história popular, permaneceu como «o grande apagão de Nova York». Foi causado por um raio em uma usina de energia e gerou tumultos nas ruas e saques por toda a cidade. Na imagem, pessoas evacuando um trem no fatídico dia.


    Apagão no Brasil em 2018


Os Estados do Norte e Nordeste do Brasil sofreram um apagão em 2018, devido a uma sobrecarga em algumas linhas de transmissão do Sistema Interligado Nacional, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Outras regiões também ficaram sem luz, porém menos tempo.

O risco de apagão no Brasil não é descartado já que, devido à crise hídrica, o nível dos reservatórios está abaixo do normal. Além disso, o país praticamente não tem alternativas sustentáveis para produzir eletricidade. Assim, o país tem utilizado energia termelétrica e importada.


    Apagão na América do Sul


Mais recente está o apagão que deixou grande parte da Argentina e do Uruguai nas trevas, em 2019. De acordo com a BBC, 50 milhões de pessoas ficaram sem eletricidade. Algumas partes do Brasil e do Chile também foram afetadas.

A companhia elétrica Edenor informou que teria sido por causa de uma falha no sistema de transporte de Yacyretá. Isso produziu o corte automaticamente (sem intervenção humana).


    Texas, sem eletricidade e suprimentos


Um inverno excepcionalmente rigoroso, com tempestades de neve sem precedentes (para os cientistas, um produto da mudança climática), deixou o Texas sem eletricidade e suprimentos em 2021.


   Não entre em pânico


Seja como for, de acordo com especialistas, se um grande apagão acontecer, não será tanto por aumentos de preços ou questões geopolíticas, mas por um mero acidente que provoque um efeito em cadeia. E sua duração não seria muito longa.



fonte: https://is.gd/FPBPZG

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